Me deu vontade de gritar ao mundo, toda a minha experiência com drogas, ao absurdo que essa escolha me levou. Não vou poupar palavras, palavrões, sentimentos, nenhum deles, todos seram ditos sem a menor maquiagem, afinal se não poupei minha vida, não será agora que vou medir palavras.

Tudo que ler é a mais pura verdade, como vivo agora e muitos momentos de meus diários, escrevi tudo esses anos todos. Não vou citar nomes verdadeiros, nem o meu, muito menos os daqueles que comigo dividiram esses 26 de vida no uso ativo de drogas. As informações que eu omitir será apenas para evitar que invadam minha privacidade, minha vida no momento.

Não sei que ordem vou dar a cada postagem, não sei se vou seguir ordem cronólogica. Vai assim do jeito que eu sentir vontade de contar. (Desculpem, se na forma de redigir contém erros seja eles quais forem eu sei que é agradável aos olhos ler algo sem erros, mas como não sou escritora e estou mais atenta aos sentimentos, é bem provável que vá acontecer mas vou tentar me policiar).

Caso queiram entrar em contato, para dúvidas, perguntas, alguma curiosidade - email:
existenciaativa@hotmail.com

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mudança de estratégia

Em poucos meses, eu diria uns 5, 6 meses emagreci uns oito quilos, comecei a usar roupas pretas, muitas bijuterias feita por hippies, franja cobrindo o olho (franja reta, na época não existia emo, ainda bem..rs). As minhas amigas de bairro,já não ficava mais com elas, agora eu tinha a Lua, o Fuca e quem mais aparecesse. Pelo visual meio roqueira meio hippie meus pais não se importaram, pelo fato de ter emagrecido é porque estava na adolescência momento de mudanças físicas e tudo bem, quanto as amizades, era na rua, me preocupei de não deixar meus pais saberem com quem eu andava, sempre encontrava-os longe de casa, tentei não mudar meu comportamento em casa, não ao ponto de desconfiarem de algo. E assim levei por mais um ano, consegui completar a oitava série ( houve muitos momentos que fumei nesse tempo, mas foi sempre uma repetição de ritual, encontrava a Lua na casa dela íamos pra um lugar afastado e usávamos, esperava um tempo até aliviar a loucura e voltava pra casa) Me comportava normalmente, pelo menos aos olhos dos outros. Nessa época fui aprendendo como me dominar, eu precisava fazer isso pra poder enganar meus pais e toda a família, então aprendi que podia fumar, mas havia uma quantidade, um limite pra não me perder nos meus atos. E achava que ninguém iria descobrir. Até uma vizinha me ver junto com a Lua e contar pra minha mãe ela não disse nada, duas noites depois eu estava com uma ponta de maconha no bolso e ela encontrou, não tinha como desmentir estava óbvio demais. Ela chamou meu pai e eu falei a verdade, quase a verdade, disse que tinha fumado sim, chorei, fiz minha cena de boa filha e jurei nunca mais usar drogas (aprendi a mentir nesse momento). Fiquei quieta por uns dias, fizeram marcação comigo, me prenderam mais ainda, e a vontade de usar só aumentava e minha raiva mais ainda, afinal meu desejo era a liberdade. Eu aproveitei esse tempo pra aprender a mentir, a desmentir a verdade, a manipular.
Comecei no ano seguinte a fazer o primeiro colegial à noite. E todas as noites eu saia pra escola, mas, raramente entrava, as vezes que fazia que isso era porque gostava mesmo de estudar, mas meu gosto por maconha, bebidas e anfetaminas só aumentava. Detalhe: uma droga nunca vem sozinha sempre tem alguém pra perguntar você já experimentou isso? Não? Quer? Quero!! E fui também apresentada às anfetaminas chamadas de “bola”. Pra me proteger de flagrantes familiares comecei a usar colírio, cortei um pouco a franja, o colírio foi meu aliado, porque agora já não tinha mais os olhos vermelhos, pequenos sempre foram, então não era problema, dentro da mochila sabonete, pasta de dente um "kit pra tirar a tabela" .
Nesse novo colégio uma nova amiga, era como se fosse da minha família vou chamá-la de Suzi, ela sabia que eu fumava, disse que queria fumar também, eu disse tem certeza ela aceitou adorei claro (afinal ser inconseqüente e ter companhia nessa inconseqüência, na adolescência é sinônimo de perfeição). Eu a Lua a Suzi e o Fuca, fizemos coisas de chocar qualquer um nos anos seguintes.
Importante: Sei que os pais, na grande maioria, culpam os amigos, dizem que fizemos isso ou aquilo errado, por causa das más companhias. Não, não é o amigo que traz a droga, nós saíamos juntas para comprar. Discordo disso, usei porque quis, mudei de estilo porque quis, nunca chegaram a mim e disseram faça, isso ou aquilo, sempre fui atrás não culpem os amigos. Observe os filhos é nele que está o problema e em mim que estava o problema.

21 comentários:

  1. O que escreves não se torna monotono...já li varios livros sobre droga e drogados...gosto de ler...saber as experiencias que passaram...o que os levou a isso...e que sentiram o que sentem...e no final dar muito valor as pessoas que conseguem sair desse mundo...
    em todas as gerações há pessoas mais ousadas que outras...o que acontece é que muitos adolescentes não teem auto estima...são muito manipulados...e o que acontece é que experimentam determinadas coisas para se sentirem inseridos num determinado grupo...não quer dizer que fosse o teu caso...mas há casos assim...
    Beijo d'anjo

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  2. Preciosa Amiga:
    Admiro a garra, a força, a inércia, o grito, quando há algo a mudar que não está bem, acredite?
    Foi tudo isso que comandou o seu pensamento e eu admiro e enalteço. Elogio com sinceridade e seriedade.
    Parabéns, amiga simpática.
    Força!
    Abraço amigo de respeito.
    Com constante admiração pela sua tenacidade e mudança sensata e que provoca bem-estar natural.

    pena

    MUITO OBRIGADO pela visita ao meu blogue.
    Adorei.
    Bem-Haja, amiga.

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  3. Obrigado pela visita e por deixar lá um pouco de sua história de luta. Desejo-lhe muita força para superar as dificuldades. Somente você poderá vencer as barreiras, a cura está dentro de você.

    bjs e boa sorte!

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  4. PQP - assim mesmo, em caps lock - viu? Isso é o que eu chamo de dar a volta por cima... MUITO bom!
    A culpa é dos outros, dos amigos. Sempre achei isso uma desculpa esfarrapada.

    BeijooO'

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  5. Se pensas que girassol anõmalo ´es,errastes,pois os mais lindos de blog girassolicos, campos mios , oriundos donde partistes,nesse voo de amor certeiro,o amor de genitálias ausente,pois perdura infinito até a última chama,a amizade em instancia superior,a forma de amor contundentemente eterna em cada alma viva nuestra,!
    Oriundo soy,desse abissal que te desamarrastes,perceba,ois na arte e na production da criatividade labuto e vivo,luta essa te seguirá até a última chama e estoy cuntigu!

    hugssssssssssssssssssssssssssssssssss

    el fuefo a vida clma,exaspera e exala!

    yessssssssssssssssssssssssssssssss

    viva la vidaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

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  6. Olá Guerreira!

    Sou mãe, a minha filha tem 20 anos, sou uma pessoa interessada em tudo o que me cerca e diz respeito aos jovens, e quando fui ao blogue do Nilson reparei no teu nome, não resisti, e dai a minha visita.

    Gostei do que li. E por isso Parabéns, por partilhar connosco esta fase da sua vida, que é tão importante para nós pais, para nós todos!

    Bjinhos

    Vou voltar

    Céci

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  7. Oi, adorei o teu texto. Me identifiquei mto, de verdade... Voltarei sempre que tiver novas postagens. Estou seguindo. Beijos.

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  8. Minha querida, eu a compreendo, e estou sincera. Também tomei anfetamina para emagrecer e tive uma série de problemas até começar um tratamento psiquiátrico barra pesada. Há muito, não faço mais uso destas chamadas drogas *lícitas*, mas pago um preço. Ontem passei por uma transfusão de sangue. Por isso só estou aqui agora, e às escondidas. Fico com você. Se quiser ficar comigo, encontrará amor, amizade, compreeensão.
    Beijos e força aí. Tenho que ir.
    Renata

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  9. A cura não está só dentro devc, está em nos unirmos.
    Beijos, te gosto
    Renata

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  10. Minha querida...aqui estou eu novamente...Fui assistir TROPA DE ELITE 2...todos os brasileiros deveriam assistir...a maconha é sim uma escolha individual...mas ela vicia...você sempre vai querer mais e mais...me questiono se os filhos usam e xperimentam por alguma falta dos pais???...por curiosidade???...por rebeldia??...por que o primeiro trago???

    beijos com meu carinho de sempre...e não deixe de passar lá no meu OLHAR...DENTRO DOS OLHOS...

    Bia

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  11. Oi Bia

    No meu caso foi por curiosidade, mas todos os motivos que citou e muito mais podem ser. Agora o pq dessa curiosidade por exemplo, é o que vou tentar explicr mais à frente.. aguarde..rs
    Vc é muito querida, bom te "conhecer" obrigada pelo apoio. Apareço sim. Beijos

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  12. Oi Renata
    Claro que quero continuar com vc, é uma alegria recebê-la aqui. Sim eu sei que sozinha não consigo( mas a frente tb falo disso..rs)
    Beijos te cuida, melhoras.

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  13. Oi Nini,
    Se se identificou então fique, a minha história pessoal está ainda na fase "bonita", depois muda, muito!
    Beijos

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  14. Oi Céci,
    Muito obrigada pelo apoio, tb sou mãe (histórias futuras, está tudo no suspense ainda..rs) e sei muito bem o que falas eu me preocupo o dobro pq conheço o inferno e nâo quero nem em sonho algo assim pra minha filha.

    Beijos

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  15. Oi Ricardo,

    Um dia aprenderei a amar a vida um pouco mais. Se a lubuta que se referiu foi a de escrever, que seja bem vinda sempre.
    Obrigada pela presença e carinho
    Beijos

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  16. Oi Valéria

    rs.. somos craques em manipulação.

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  17. Oi Valter,

    Sim eu sei, hoje eu sei onde está a cura.
    Muito obrigada pela vinda

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  18. Oi Pena,

    Que bom ter novos amigos que compreendam minha vida, porque sofri demais pra ler críticas. Que bom ser recebida nesse mundo virtual com carinho. Muito obrigada mesmo, beijos.

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  19. Anjo
    Vc tocou num ponto importante, auto estima! falarei sobre isso.
    Beijos

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  20. Vida,

    vou te chamar de Vida.
    Neste seu depoimento, vejo passar um filme a minha frente. Você faz uma descrição clara, sem julgamento, sem criticas pesadas, você relata naturalmente os fatos.
    A fase de experiencia das drogas, quase todos, a grande maioria dos jovens passam.
    Uns ficam, outros não.
    Você tinha um lar estavel, boa escola, amigos. pelo relato não parecia ter baixa estima...
    Eu me pegunto o porque da fissura.
    Enfrentar o desconhecido, novas experiencias, rebeldia? Rebeldia tambem não parecia ser. Não havia tambem causa filosofica.
    Fica a pergunta.
    Seu texto esta otimo...

    bjo

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  21. Oi Lufe,
    Ia sugerir exatamente isso, que me chamasse de vida, menti tanto por tantos anos que hoje peguei raiva, verdadeiro odio de mentiras, de pessoas que mentem ( mas devo admitir que omito) e não queria criar um nome mesmo que fictício, vida esta ótimo.
    Obrigada pelo elogio ao texto, isso me faz bem.
    O porque da fissura, pelos motivos que citou, inclusive a rebeldia, não era um rebeldia filosófica, era uma rebeldia pessoal, acho que intimamente em travava uma briga invisível com meus pais, contra todos que não me entendiam. era algo assim "Ah!, Não pode posso fazer isso, então tá não faço, mas vou fazer pior, e fazia". Era um rebeldia sem causa. E no mais e porque gostava da droga, foi amor a primeira vista pela maconha, e o vício veio lentamente mas veio. Espero ter repondido.
    Continuemos..rs, beijos

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