No dia 27 de janeiro de 95, foi o show! Rolling Stones no Brasil foi a primeira vez que eles vieram ao Brasil, lógico que eu estava lá, com o meu marido, irmãos, a Suzi o Fuca e a grande maioria dos amigos do Bar, foi uma noite especial, com muita chuva umas 4, 5 horas de chuva ininterruptas, mas que delícia! Claro, maconha e cocaína não faltaram.
Não havia usado muita droga naqueles dias, mas nesse dia em especial usei bastante. E o show foi soberbo!
Lembro que comentei com uma amiga, “minha menstruação esta atrasada” ela me disse se depois dessa chuva toda não vir, você esta grávida. Isso durante o show.
Uma semana depois eu estava fazendo exames e... foi confirmado eu estava grávida!!!
A primeira reação foi de muita alegria, eu estava com 28 anos, ia ser mãe. A benção de Deus, ser mãe!! E meu primeiro pensamento foi: o que vou fazer com as drogas?! Será que fiz mal pra nenê?!
O meu marido, família toda deliraram com a idéia, há tantos anos não havia nenê em casa e seria a primeira neta.
Primeira atitude minha ao chegar em casa, me ajoelhar e pedir pra Deus, me dar forças pra parar de usar drogas. Eu não ia dar droga para minha nenê, tive as primeiras crises de abstinência na gravidez, mas fui forte, não pensava em outra coisa a não ser na criança que estava dentro de mim.
Eu podia ser irresponsável comigo, mas não com um anjinho que não tinha culpa de nada e com isso mereci o troféu de mãe do ano..rs, pois, parei de usar drogas, não somente na gravidez, como (pasmem) nos 3 anos seguintes que amamentei minha filha.
Mudei minha alimentação na gravidez, me enchi de vitaminas naturais (frutas, verduras, legumes), ganhei peso necessário (vivia sempre abaixo do peso), mas não escapei de uma anemia, e toma suco de beterraba com laranja. Tudo ok nos exames, meu marido: o melhor do mundo acordava todos os dias 1 hora mais cedo pra preparar minha alimentação e depois ir trabalhar. E assim correu quase que tubo bem, fora o medo que eu sentia de: como vou criar minha filha, usando droga, depressiva... o medo falando mais alto.
Nem por um minuto sequer eu achei que não usaria droga novamente. Eu me controlei, me contive por causa da minha filha, mas não por mim eu tinha certeza que voltaria usar drogas, afinal eu não conhecia outro modo de vida, outra vida que não fosse com drogas, há muitos anos eu era da droga e a droga era minha.
Minha filha nasceu com 3.020kg medindo
Ela é minha vida é a razão de hoje eu estar aqui limpa e escrevendo minha história.