Me deu vontade de gritar ao mundo, toda a minha experiência com drogas, ao absurdo que essa escolha me levou. Não vou poupar palavras, palavrões, sentimentos, nenhum deles, todos seram ditos sem a menor maquiagem, afinal se não poupei minha vida, não será agora que vou medir palavras.

Tudo que ler é a mais pura verdade, como vivo agora e muitos momentos de meus diários, escrevi tudo esses anos todos. Não vou citar nomes verdadeiros, nem o meu, muito menos os daqueles que comigo dividiram esses 26 de vida no uso ativo de drogas. As informações que eu omitir será apenas para evitar que invadam minha privacidade, minha vida no momento.

Não sei que ordem vou dar a cada postagem, não sei se vou seguir ordem cronólogica. Vai assim do jeito que eu sentir vontade de contar. (Desculpem, se na forma de redigir contém erros seja eles quais forem eu sei que é agradável aos olhos ler algo sem erros, mas como não sou escritora e estou mais atenta aos sentimentos, é bem provável que vá acontecer mas vou tentar me policiar).

Caso queiram entrar em contato, para dúvidas, perguntas, alguma curiosidade - email:
existenciaativa@hotmail.com

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Como ninguém percebeu que eu estava totalmente afundada nas drogas

Bem se antes sem nenhum motivo aceitável eu já conseguia esconder (lembrando que antes meu uso também era mais controlado, eu ainda trabalhava, por ex., ou estava casada), agora eu não tinha mais controle sobre o uso de drogas, eu acordava usando e dormia usando. Como fazer pra família não perceber? Foi mais fácil ainda, eu estava visivelmente destruída pela perda do meu marido, isso era fato, mas também passou a ser uma boa desculpa para meu comportamento e magreza, junto com a depressão e o pânico, evitava que eu tivesse que dar explicações do porque não saia, do porque às vezes precisa andar feito uma louca sem rumo e voltar pra casa, mais estranha e mais acabada do que quanto tinha saído. Usava todas as desculpas, eu sabia quais eram as minhas dores e em quais “gavetas” elas cabiam, mas os outros não precisavam saber. Eu passava a noite acordada e acordava 3, 4 horas da tarde, o porque eu parei por completo de ir a casa de qualquer parente e quando alguém chegava em casa eu logo inventava uma desculpa e não queria ver ninguém, qualquer coisa menos...menos culpar as drogas, sem elas eu não ficaria.
Minha filha era ainda uma criança, nem imagina o quanto eu sofria.
A minha irmã: ela foi minha única aliada nesses anos todos, ela sempre soube e acompanhou toda a minha verdade e por muitas vezes tentou me tirar das drogas, mas quando eu percebi que ela queria mesmo fazer isso eu a “convenci” que sem as drogas eu não ficava, ela percebia o quanto eu ficava aliviada quando eu usavam eu até ria!.( mas ela não gostava de ver drogada, é isso também me incomodava).
Mas foi dessa forma mesquinha de manipular de um adicto que eu a tive ao meu lado, passou a ser minha cúmplice, convencida por mim que assim eu ficava melhor e no mais eu era adulta era ainda responsável por minhas contas e tá... a vida seguia.

8 comentários:

  1. Olá Bom dia!
    Eu fui viciado no tabaco,durante mais de dez anos, fiz várias tentativas para deixar de fumar,
    Havia eu que queria deixar, mas havia um outro eu, que queria que eu fumasse, por fim fui eu que venci, fui mais mais forte, o crer tem muita força.

    beijinho,
    José.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Te chamo "Vida"
    Repudio o outro nome.
    Não escrevo, não sou obrigada a escrever!
    Sou livre!

    Conheço o problema, não tão bem como tu, é evidente, mas conheço as reacções, as mentiras,
    a fraqueza de um indivíduo nessas condições.

    Se reflectirmos sobre o assunto e "imaginarmos:"

    As pessoas se enchem de força
    em todo o mundo
    e deixam o flagelo para sempre.

    Não havendo consumidores,
    os vendedores não têm a quem vender.

    O negócio miserável acabou
    e o flagelo foi queimado
    desapareceu do mundo...

    "Não há a quem vender"!

    E eu fartava-me de rir
    para as caras miseráveis,
    de quem vende...

    Que tal este imaginar?
    Seria tão bom se fosse possível...
    Mas só não é possível,
    porque o indivíduo é "Fraco" e o narcotráfico
    vive, à custa dessa fraqueza.

    Certo? Tenho razão?

    É assim que eu gostaria de transformar o mundo.

    Pura utopia...Mas nada é impossível!

    Basta acreditar e saber esperar!E o meu sonho se
    realiza!

    Mª. Luísa

    ResponderExcluir
  4. A sua irmã talvez fizesse a ponte que ainda te ligava a realidade, inclusive te dando segurança quanto a sua filha, não é mesmo?

    bjos

    (repostei o que havia dito anteriormente, somente corrigi um erro de portugues grosseiro...rsrs)

    ResponderExcluir
  5. Vida, passei para encher teu blog de beijinhosss
    Sentiu? Viu eles? eles são coloridos como o arco iris e docês como brigadeiros e o recheio é de carinhoooo e tudo procê ta.
    Beijinhosssssssssssss

    ResponderExcluir
  6. Vida...que bom que tinha sua irmã por perto...que bom.
    Eu sei bem como os adictos tem este "poder" de convencer seus familiares, pois tenho infelizmente um primo que foi usuário de drogas por muitos anos, se afundou completamente, hoje não é mais uma pessoa normal..teve muitas sequelas...e toda a família dele, meus tios e primos sofreram junto com ele...se envolveram ao ponto de comprarem drogas para ele usar nos momentos de desespero...put´s...foi barra...

    beijos em você, guerreira!

    Tenha um belo final de semana!

    Se cuide, tá???

    Bia

    ResponderExcluir
  7. E "a vida seguia"... há que vivê-la para que não nos persiga!

    Obrigada pela visita!

    Beijinho

    ResponderExcluir
  8. Oi José,
    Te entendo perfeitamente.Eu ainda fumo cigarro e pela minha experiência posso dizer que é uma das piores drogas, creio que pelo fato dela não alterar os sentidos, não sentimos uma necessidade tão gritando de parar como as drogas. Ainda não parei, ainda nem ao menos tentei e sei que sozinha não vou conseguir. Tb sei que querer e crer, são essenciais.
    Muito obrigada pela presença.
    Beijos

    ______________________________________________
    Oi Maria Luisa,
    Lindo teu texto, mas lindo ainda o conteúdo.
    É utopia sim, infelismente! Mas que os anjos digam Amém!
    O narcotráfico sobrevive sim dessa nossa, eu diria doença, mas doença essa que contém como um de seus diversos sintomas a fraqueza pela droga. Eu tenho como convicção que qualquer pessoa, seja as como eu, que se "apaixonam" pela droga à primeira vista, ou aqueles que gostam de uma em expecifio mas param num certo momento ou mesmo aqueles que experimentaram uma única vez. Qualquer uma dessas situações e só continuar usando, só mais uma e mais uma que com certeza será acometido pela doença da adicçao.

    Beijos sinto uma força em vc necessária pra mim.

    ___________________________________________
    Oi Rosane,

    rs.. que monte de beijos doces e coloridos! Adorei. Teu coração é doce querida.

    Beijos
    ___________________________________________
    Oi Lufe,

    Eu fiquei muito só, somente com a minha doença durante muitos anos da minha vida. E minha irmã era meu anjo, pois, eu sabia que acontecesse o que acontecesse eu poderia contar com ela. E se algo de pior me acontecesse, (como aconteceu, vc lerá) ela cuidaria da minha filha como se fosse dela.
    Beijos
    ____________________________________________
    Oi Bia
    Mil vezes eu insisto e vou continuar tentando mostrar que o uso de droga é uma doença, porque me diz o que faz um filho roubar seus entes queridos, sua própria alimentção, se prostituir e tantos absurdos mais, fazer sofrer os que mais ama, "só por mais uma, preciso de droga".
    Conheço histórias doentias de famílias co-dependentes de um único adicto a enlouquecer todo mundo. Muito sofrimento.
    E posso te garantir que nós somos quem mais sofremos, mesmo não demonstramos, mesmo muitas vezes sem sentimentos "normais"; mesmo com a sociedade toda nos chamando de fracos, mal caráter, vagabundos, safados, etc.
    Sofremos. Sofri. Sou doente!!

    Agora me cuido..rs. Beijos.

    _______________________________________________
    Oi JB,
    Não é mesmo!!
    Mas nessa época da minha vida, vida era o que menos existia, eu estava mais pra um vegetal, uma folha de alface no sofá, ou seja, nada..rs
    Beijos, obrigada à vc pela vinda.

    ResponderExcluir