Me deu vontade de gritar ao mundo, toda a minha experiência com drogas, ao absurdo que essa escolha me levou. Não vou poupar palavras, palavrões, sentimentos, nenhum deles, todos seram ditos sem a menor maquiagem, afinal se não poupei minha vida, não será agora que vou medir palavras.

Tudo que ler é a mais pura verdade, como vivo agora e muitos momentos de meus diários, escrevi tudo esses anos todos. Não vou citar nomes verdadeiros, nem o meu, muito menos os daqueles que comigo dividiram esses 26 de vida no uso ativo de drogas. As informações que eu omitir será apenas para evitar que invadam minha privacidade, minha vida no momento.

Não sei que ordem vou dar a cada postagem, não sei se vou seguir ordem cronólogica. Vai assim do jeito que eu sentir vontade de contar. (Desculpem, se na forma de redigir contém erros seja eles quais forem eu sei que é agradável aos olhos ler algo sem erros, mas como não sou escritora e estou mais atenta aos sentimentos, é bem provável que vá acontecer mas vou tentar me policiar).

Caso queiram entrar em contato, para dúvidas, perguntas, alguma curiosidade - email:
existenciaativa@hotmail.com

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mais uma vez droga! Substituição foi naquele momento a única saída.

Não é fácil tirar uma droga química do organismo, na verdade droga nenhuma. Ainda mais sozinha!
Eu não podia contar com a ajuda de ninguém da minha família, a não ser minha irmã, mas ela não sabia como lidar com a situação, nem eu sabia. A única coisa que eu sabia era que precisava parar de usar cocaína, da mesma forma que há muitos atrás havia parado com a droga alcoólica e nunca mais bebi nada que contenha álcool, eu precisava agora parar e teria que ser sozinha.
Como um adicto sozinho é sempre má companhia. Fiz a única coisa que estava ao meu alcance a que me pareceu menos mal no momento: substituir uma droga pela outra. A cocaína que era mais forte pela maconha algo mais leve.
Uma semana após a overdose estava em casa e louca, cega de vontade de usar, não conseguia pensar em outra coisa. Meu corpo não deixava, minha cabeça não deixava.

Acordei com crise de abstinência é algo assim: eu era literalmente acordada pelo meu corpo pedindo droga, uma dor em volta do umbigo, que é uma mistura de cólica, dor e ansiedade, é algo estranho, a adrenalina fica acelerada, suor, secura na garganta e ao mesmo tempo boca salivando e não da pra pensar em outra coisa, é como uma contração de minutos em minutos, todos os sintomas de novo e de novo da abstinência e eu precisava de droga ou sentia que morreria no instante seguinte, de tanto tremer!!
Cocaína não dava mais, fiquei mais uma vez com medo. Sai de casa cedo, fui na primeira biqueira (ponto de venda de drogas) que encontrei  e comprei uma paranga (nome dado a porção de maconha), cheguei em casa tremendo me tranquei no banheiro, preparei e fumei, alivio! A dor sumia, o corpo todo agradecia, eu relaxava finalmente. Três horas depois a mesma crise de novo, porque a droga que eu usava era mais forte, e eu fumava de novo. No primeiro mês eu tive abstinência constante. Fumei em torno de umas 6, 8 vezes por dia, até meu organismo se acostumar com a nova droga que se tornou minha amiga inseparável, sempre foi, foi a primeira e também seria a última.
Foi dessa forma insana que eu consegui parar com a cocaína, sozinha. Mas não com as drogas.
Nesse momento eu até me senti melhor porque a reação da maconha ao contrário da cocaína e mais calma, dá sono, fome e nos dois anos seguintes eu fumei sem maiores problemas, com as drogas.
Mas eu, meu corpo, sentimentos e pensamentos continuávamos num conflito só.

3 comentários:

  1. Vida,

    Havia algum motivo para você não pensar em se internar?
    Interna você teria um auxilio especializado, ou não?
    Seria porque sua familia não sabia?
    É muita barra enfrentar isso sozinha, isto é, só na "sua companhia" como você mesmo disse.

    bjo

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  2. Nossa, Vida querida..mas que louura....como estra PORCARIA vicia...e parabéns por ter neste momento se livrado da cocaína!

    beijos minha linda e ótimo final de semana!

    Bia

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  3. OI Lufe,
    Havia sim minha familia não sabia! Daqui a 2 postagens falo sobre isso melhor.
    Sim eu teria uma ajuda especializada, mas não me internei, não pude, queria, mas não pude.
    Muito dificil, muito e enlouquecedor!

    Beijos, adoro ver vc aqui.
    ____________________________________________
    Oi Bialinda!

    Ter conseguido parar com a cocaína foi uma grande vitória pessoal, não foi a forma mais correta, mas foi uma droga a menos.

    Beijos, semana ótima pra vc

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